Ártemis
ou Artemisa (em grego: Άρτεμις) é uma deusa virgem da mitologia grega
ligada à vida selvagem e à caça. Ela é filha de Zeus e de Leto, sendo
também irmã gêmea de Apolo; mais tarde, também tornou-se associada à lua
e à magia.
Domínios: Caça, Animais selvagens, Crianças, Coros (musicais), Doença
Animais: Todas as criaturas selvagens, especialmente cervo, urso, javali e as fêmeas das outras espécies. Na caça, era acompanhada por cães.
Plantas: Cipreste, Nogueira, Flor de amaranto
Símbolos: Arco e flechas, Lanças de caça, Lira, Cervo, Lua
Epítetos: Agreia (Caçadora), Agrotera (da Vida Selvagem), Arktos (a Ursa), Cedreatis (Cedro), Daphnaia (da Folha de Louro), Delia (de Delos), Eukleia (Gloriosa), Hegemone (a que Conduz), Karytis, Keladeine (da Caçada), Koruthalia (Donzela-do-Loureiro), Kynthia, Laphria (da Caça), Leukophruene (da Fronte Branca), Limnatis (dos Pântanos), Lokhia (Protetora dos Nascimentos), Lygodesma (Salgueiro), Megale (Grande), Ortheia (a Para Cima), Parthenos (a Virgem), Phoebe (Brilhante), Phosphoros (que Traz a Luz), Potnia Theron (Senhora dos Animais), Puronia (Flamejante), Sosipolis (Salvadora da Cidade), Soteira (Salvadora), Tauropolos (Caçadora de Touro).
Ofertas: Pedra-da-lua, pérola, cristal, damiana, amendoeira, cerveja não-fermentada, aveleira, olíbano, jasmim, ginsém, cânfora, babosa, chá de melissa/erva-cidreira, eucalipto.
Vários relatos conflitantes são dados na mitologia grega do nascimento de Ártemis e seu irmão gêmeo, Apolo. Todos os relatos concordam, porém, que ela era a filha de Zeus e de Leto, e que ela era a irmã gêmea de Apolo.
Hesíodo diz:
“Leto gerou Apoio e Ártemis verte-flechas,
prole admirável acima de toda a raça do Céu,
gerou unida em amor a Zeus porta-égide.”
Um conto de Calímaco diz que Hera proibiu Leto dar à luz em qualquer terra firme (o continente) ou em uma ilha. Hera estava com raiva de Zeus, seu marido, porque ele a havia traído com Leto. Poseidon, apiedando-se de Leto, levou-a para ilha de Delos (ou Ortígia no hino homérico a Ártemis) que era flutuante, não sendo um continente e nem uma ilha, para Leto dar à luz ali. Quando finalmente a ilha de Delos a recebeu, Ilítia, filha de Hera e deusa dos partos, estava retida pela sua mãe no Olimpo. Só depois que Zeus distraiu Hera, Ilítia pode socorrer Leto e fazer o parto dos gêmeos.
Na história de Creta, Leto era adorada em Festo e na mitologia de Creta, Leto deu luz a Apolo e a Ártemis nas ilhas conhecidas hoje como o Paximadia. Os mitos também diferem quanto ao fato de quem nasceu primeiro, Ártemis ou Apolo. A maioria das histórias retratam Ártemis nascendo primeiro, tornando-se parteira de sua mãe após o nascimento de seu irmão Apolo.
A infância de Ártemis não está totalmente relacionada em qualquer mito sobrevivente. A Ilíada reduziu a figura da deusa ao de uma menina, que, depois de ter sido golpeada por Hera, sobe chorando ao colo de Zeus. Um poema de Calímaco à deusa "que diverte-se em montanhas com arco e flecha" narra que com três anos, Ártemis, ao sentar-se no colo de seu pai, Zeus, pediu-lhe para conceder-lhe seis desejos: manter-se sempre virgem; ter muitos nomes para diferenciá-la de seu irmão Apolo; ser a Portadora da Luz; ter um arco e flecha e uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar; ter sessenta "filhas Okeanos", todas com nove anos de idade, para ser suas companheiras; e vinte ninfas como servas para cuidar de seus cães e arco enquanto ela descansava. Ela desejou não ter nenhuma cidade dedicada a ela, mas para governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto.
Ártemis acreditava que ela tinha sido escolhida pelas Moiras para ser parteira, especialmente desde que ela tinha ajudado a mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo. Todas as suas companheiras permaneceram virgens, e Ártemis vigiou de perto sua própria castidade. Seus símbolos incluem o arco, a flecha de ouro, o cão de caça, o veado, e a lua. Calímaco diz que Ártemis passou sua infância buscando coisas que ela precisaria para ser uma caçadora, assim ela obteve o seu arco e flechas na ilha de Lípara, onde Hefesto e o Ciclope construirão.
As filhas de Okeanos estavam com medo da jovem deusa, mas Ártemis corajosamente se aproximou e perguntou pelo arco e flechas. Calímaco então conta como Ártemis visitou Pan, o deus da floresta, que lhe deu sete cadelas e seis cães. Ela, então, capturou seis cervos dourados e colocou os chifres para puxar sua carruagem. Ártemis praticou com seu arco primeiro disparando contra as árvores e depois em animais selvagens.
Tão rebelde quanto Héstia e Atena às leis de Afrodite, Ártemis sempre foi a virgem indomável, que punia à altura os atentados à sua pessoa.
Domínios: Caça, Animais selvagens, Crianças, Coros (musicais), Doença
Animais: Todas as criaturas selvagens, especialmente cervo, urso, javali e as fêmeas das outras espécies. Na caça, era acompanhada por cães.
Plantas: Cipreste, Nogueira, Flor de amaranto
Símbolos: Arco e flechas, Lanças de caça, Lira, Cervo, Lua
Epítetos: Agreia (Caçadora), Agrotera (da Vida Selvagem), Arktos (a Ursa), Cedreatis (Cedro), Daphnaia (da Folha de Louro), Delia (de Delos), Eukleia (Gloriosa), Hegemone (a que Conduz), Karytis, Keladeine (da Caçada), Koruthalia (Donzela-do-Loureiro), Kynthia, Laphria (da Caça), Leukophruene (da Fronte Branca), Limnatis (dos Pântanos), Lokhia (Protetora dos Nascimentos), Lygodesma (Salgueiro), Megale (Grande), Ortheia (a Para Cima), Parthenos (a Virgem), Phoebe (Brilhante), Phosphoros (que Traz a Luz), Potnia Theron (Senhora dos Animais), Puronia (Flamejante), Sosipolis (Salvadora da Cidade), Soteira (Salvadora), Tauropolos (Caçadora de Touro).
Ofertas: Pedra-da-lua, pérola, cristal, damiana, amendoeira, cerveja não-fermentada, aveleira, olíbano, jasmim, ginsém, cânfora, babosa, chá de melissa/erva-cidreira, eucalipto.
Vários relatos conflitantes são dados na mitologia grega do nascimento de Ártemis e seu irmão gêmeo, Apolo. Todos os relatos concordam, porém, que ela era a filha de Zeus e de Leto, e que ela era a irmã gêmea de Apolo.
Hesíodo diz:
“Leto gerou Apoio e Ártemis verte-flechas,
prole admirável acima de toda a raça do Céu,
gerou unida em amor a Zeus porta-égide.”
Um conto de Calímaco diz que Hera proibiu Leto dar à luz em qualquer terra firme (o continente) ou em uma ilha. Hera estava com raiva de Zeus, seu marido, porque ele a havia traído com Leto. Poseidon, apiedando-se de Leto, levou-a para ilha de Delos (ou Ortígia no hino homérico a Ártemis) que era flutuante, não sendo um continente e nem uma ilha, para Leto dar à luz ali. Quando finalmente a ilha de Delos a recebeu, Ilítia, filha de Hera e deusa dos partos, estava retida pela sua mãe no Olimpo. Só depois que Zeus distraiu Hera, Ilítia pode socorrer Leto e fazer o parto dos gêmeos.
Na história de Creta, Leto era adorada em Festo e na mitologia de Creta, Leto deu luz a Apolo e a Ártemis nas ilhas conhecidas hoje como o Paximadia. Os mitos também diferem quanto ao fato de quem nasceu primeiro, Ártemis ou Apolo. A maioria das histórias retratam Ártemis nascendo primeiro, tornando-se parteira de sua mãe após o nascimento de seu irmão Apolo.
A infância de Ártemis não está totalmente relacionada em qualquer mito sobrevivente. A Ilíada reduziu a figura da deusa ao de uma menina, que, depois de ter sido golpeada por Hera, sobe chorando ao colo de Zeus. Um poema de Calímaco à deusa "que diverte-se em montanhas com arco e flecha" narra que com três anos, Ártemis, ao sentar-se no colo de seu pai, Zeus, pediu-lhe para conceder-lhe seis desejos: manter-se sempre virgem; ter muitos nomes para diferenciá-la de seu irmão Apolo; ser a Portadora da Luz; ter um arco e flecha e uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar; ter sessenta "filhas Okeanos", todas com nove anos de idade, para ser suas companheiras; e vinte ninfas como servas para cuidar de seus cães e arco enquanto ela descansava. Ela desejou não ter nenhuma cidade dedicada a ela, mas para governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto.
Ártemis acreditava que ela tinha sido escolhida pelas Moiras para ser parteira, especialmente desde que ela tinha ajudado a mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo. Todas as suas companheiras permaneceram virgens, e Ártemis vigiou de perto sua própria castidade. Seus símbolos incluem o arco, a flecha de ouro, o cão de caça, o veado, e a lua. Calímaco diz que Ártemis passou sua infância buscando coisas que ela precisaria para ser uma caçadora, assim ela obteve o seu arco e flechas na ilha de Lípara, onde Hefesto e o Ciclope construirão.
As filhas de Okeanos estavam com medo da jovem deusa, mas Ártemis corajosamente se aproximou e perguntou pelo arco e flechas. Calímaco então conta como Ártemis visitou Pan, o deus da floresta, que lhe deu sete cadelas e seis cães. Ela, então, capturou seis cervos dourados e colocou os chifres para puxar sua carruagem. Ártemis praticou com seu arco primeiro disparando contra as árvores e depois em animais selvagens.
Tão rebelde quanto Héstia e Atena às leis de Afrodite, Ártemis sempre foi a virgem indomável, que punia à altura os atentados à sua pessoa.
Ártemis foi definida como uma "divindade do exterior", que vive a natureza, percorrendo campos e florestas, no meio dos animais que neles habitam. Era tida como protetora das Amazonas, também guerreiras e caçadoras, e independentes do jugo do homem. Era a única dentre os deuses, exceto Dionísio, que sempre foi acompanhada por um cortejo alvoroçado e buliçoso. Com este séquito de ninfas às quais ela ultrapassa de muito em altura e beleza, percorre bosques e florestas, excitando os cães em busca da presa.
A Ilíada denomina-a (pótnia therôn) "senhora das feras", o que lhe atesta o caráter de uma Grande Mãe asiática e sublinha sua afinidade com a natureza e com o mundo animal. Afinidade, aliás, de um duplo aspecto: de um lado a caçadora e, de outro, a (Elaphebólos), a que massacra veados e corças, daí seu epíteto de Elafiéia em Élis e Olímpia, bem como o grande festival das Elafebólias (caça ao veado), que se celebrava em Atenas no mês Elafebólion (Março). Embora a corça seja o seu animal predileto e sempre a acompanhe, porque a deusa lhe protege o crescimento e depois as crias, bem como as dos outros animais, isto não impedia que, no culto, os animais, indistintamente, lhe fossem sacrificados. Basta lembrar que, após a vitória de Maratona sobre os persas, em 490 a.e.c., lhe foram sacrificadas quinhentas cabras, como atesta o mesmo Xenofonte. É que a Sagitária era, além de Caçadora, uma guerreira ardente e ousada. Em Hiâmpolis, na Fócida, e em Patras, se lhe sacrificavam animais vivos, selvagens e domésticos, que eram lançados sobre um braseiro. Logo, temos uma ligação com o rito do diasparagmós (o despedaçamento da vítima viva ou ainda palpitante) e da omophaguía (a consumação imediata da carne crua e do sangue animal).
Actéon.
Várias versões do mito de Actéon sobrevivem, embora muitas estejam fragmentadas. Os detalhes variam, mas no cerne elas envolvem um grande caçador, Actéon que é transformado por Ártemis em um veado por causa de uma transgressão e que é morto por cães de caça. Normalmente, os cães são seus, que não reconhecem seu mestre. Às vezes, eles são cães de Ártemis.
Adônis
Em algumas versões da história de Adônis, que foi uma adição tardia à mitologia grega no período helenístico, Ártemis enviou um javali para matar Adônis como castigo por sua ostentação arrogante que ele era um caçador melhor do que ela.
Em outras versões, Ártemis matou Adônis por vingança. Em mitos posteriores, Adônis havia sido relacionado como um dos favoritos de Afrodite e Afrodite foi responsável pela morte de Hipólito, que tinha sido um favorito de Ártemis. Portanto, Ártemis matou Adônis para vingar a morte de Hipólito.
Em outra versão, Adônis não foi morto por Ártemis, mas por Ares, que tinha ciúmes de Adônis com Afrodite.
Orion
Orion foi companheiro de caça de Ártemis. Em algumas versões, ele é morto por Ártemis, enquanto em outras ele é morto por um escorpião enviado por Gaia.
Os aloadae
Os gigantes filhos gêmeos de Poseidon, Otos e Ephialtes, cresceram enormemente em uma idade jovem. Eles eram agressivos, grandes caçadores, e não poderiam ser mortos, a menos que se matassem. O crescimento dos Aloadae nunca parou, e eles se gabavam de que assim que eles pudessem alcançar o céu, eles iriam sequestrar Ártemis e Hera e tomá-las como esposas. Os deuses estavam com medo deles, com exceção de Ártemis que capturou um belo veado (ou em outra versão da história, ela capturou uma corça) e jogou entre os gigantes. Os Aloadae jogaram suas lanças um ao outro por engano e mataram um ao outro.
Calisto
As ninfas de Artemis são sempre castas, e a deusa é implacável nesse ponto. A ninfa Calisto que fazia parte do seu cortejo experimentou um dia os efeitos da severidade da ama. Um dia, enquanto Artemis se banhava, percebeu que Calisto não era mais digna de servi-la e a expulsou ignominiosamente da sua presença.
A vingativa Hera. incapaz de perdoar a Calisto ter agradado a Zeus, metamorfoseou-a em ursa. Calisto tivera de Zeus um filho chamado Arcas, que se tornara hábil caçador. Um dia, atirou-se ele à perseguição de uma ursa, que era precisamente sua mãe. Esta, vendo-se perseguida pelo filho, refugiou-se ao pé de um templo de Zeus; mas antes de atingir o sagrado asilo, o jovem caçador viu-se no ponto adequado para lançar o dardo: o pai dos Deuses e dos homens, não podendo permitir semelhante ação na vizinhança do seu templo, transformou Calisto em constelação, e está aí a origem da Grande Ursa.
Hera indignou-se com a honra prestada a uma criatura a quem odiava, mas, visto que nenhum deus pode desfazer o que outro faz, foi visitar Tétis, que é uma personificação do mar, e rogou-lhe que não desse acolhida a Calisto, como costuma fazer para as demais estrelas. É por isso que a Grande Ursa é sempre visível e jamais desce abaixo do horizonte.
Ifigénia
Ártemis puniu Agamenon depois dele ter matado um veado em um bosque sagrado da deusa e se gabou de que ele era um caçador melhor do que ela. Quando a frota grega estava se preparando para ir para Tróia e participar da Guerra de Troia, Ártemis acalmou os ventos impedindo o navio de zarpar. O vidente Calcas aconselhou Agamenon que a única maneira de apaziguar Ártemis era sacrificar sua filha Ifigénia. Ártemis, em seguida, pegou Ifigênia do altar de sacrifício e substituiu por um cervo.
Níobe
A rainha de Tebas e esposa de Anfião, Niobe se gabava de sua superioridade sobre Leto, proibindo seu culto em Tebas e afirmando que enquanto ela tinha quatorze crianças, sete meninos e sete meninas, Leto tinha apenas um de cada. Leto pediu vingança aos seus filhos, Ártemis e Apolo; Assim, Apolo matou os filhos de Níobe enquanto eles praticavam atletismo, e Ártemis atirou nas suas filhas, que morreram instantaneamente, sem um som. Apolo e Ártemis usaram veneno nas setas para matá-los. Anfião, com a visão de seus filhos mortos, se matou. Níobe devastada com a morte dos filhos fez Zeus ficar compadecido com sua dor e a transformou numa rocha, mas ela ainda chorava a perda dos filhos, vertendo água constantemente numa nascente.
Chione
Chione era uma princesa de Pokis. Ela era amada por dois deuses, Hermes e Apolo, e vangloriou-se de que ela era mais bonita do que Ártemis, porque ela fez dois deuses se apaixonar por ela ao mesmo tempo. Ártemis ficou furiosa e matou Chione com sua flecha.
Atalanta, Eneu
Ártemis salvou o bebê Atalanta de morrer depois que seu pai a abandonou. Ela enviou uma ursa para dar de mamar o bebê, que foi, então, criado por caçadores. Mas logo depois ela enviou um urso para ferir Atalanta porque as pessoas diziam que ela era uma caçadora melhor. Isto é, em algumas histórias.
Entre outras aventuras, Atalanta participou da caçada ao javali Calydonian, que Ártemis tinha enviado para destruir Calidão porque o rei Eneu tinha esquecido de fazer os sacrifícios de colheita para ela. Na caça, Atalanta tirou o primeiro sangue do javali, e foi agraciada com a pele do animal como prêmio. Ela pendurou a pele em um bosque sagrado em Tégea como uma dedicação a Ártemis.
Aura
Em Dionisíaca de Nono de Panópolis, Aura era a deusa grega da brisa e ar fresco, filha do titã Lelantos e Periboea. Ela era uma caçadora virgem, assim como Ártemis e orgulhosa de sua virgindade. Um dia, ela afirmou que o corpo de Ártemis era muito feminino e que ela duvidava de sua virgindade. Ártemis pediu a Nêmesis ajuda para vingar a sua dignidade e causou a violação de Aura por Dionísio. Aura tornou-se uma assassina louca e perigosa. Quando ela deu à luz a filhos gêmeos, ela comeu um deles, enquanto o outro, Iakhos, foi salvo por Ártemis. Iakhos mais tarde tornou-se um atendente de Deméter e líder da Mistérios de Elêusis.
O Caráter virginal da deusa não impedia de valer também sobre a fecundidade feminina. Deusa dos partos, eram-lhe consagradas, em Braúron, as vestes das que faleciam ao dar à luz. Com o título de (paidotróphos), " a que alimenta, a que educa a criança", acompanhava particularmente as meninas em sua fase de crescimento. As noivas, à véspera de seu casamento, Artemis é, por isso mesmo, uma portadora das tochas, atributo duplamente seu, porque a deusa será identificada com Hécate, com o epíteto de phosphóros, "a que transporta luz", tornando-se como aquela uma divindade infernal. Com o título de selasphóros, "que leva a luz", será igualmente identificada com (Seléne), a Lua, a (Phoíbe), Febe "a brilhante", como seu irmão Apolo é (Phoíbos), Febo, "o brilhante".
Artemis estava estreitamente ligada a Hécate e a Selene, personificação antiga da Lua, cujo culto a filha de Leto suplantou inteiramente, tanto quanto Apolo fez esquecer a Hélio, a personificação do Sol. Pois bem, desde muito cedo, Artemis foi identificada com a Lua e, dado o caráter ambivalente de nosso satélite, mercê de suas fases, um tríplice desdobramento, o que se poderia denominar a dea triformis, deusa triforme. De início, ao menos na Grécia, a Lua era representada por (Seléne), "lua". Mas dada a índole pouco desdobrada em Selene, que corresponderia mais ou menos à Lua Cheia, Artemis, ao Quarto Crescente; e Hécate, ao Quarto minguante e à Lua Nova, ou seja, à Lua Negra. Cada uma age de acordo com as circunstâncias, favorável ou desfavoravelmente. Assim, a Lua, por seu próprio cunho cambiante, é dispensadora, à noite, de fertilidade de energia vital, mas, ao mesmo tempo, é senhora de poderes terríveis e destruidores. Percorrendo várias fases, manifesta as qualidades próprias de cada uma delas. No Quarto Crescente e Lua Cheia é normalmente boa, dadivosa e propícia; no Quarto Minguante e Lua Nova é cruel, destruidora e malévola. Plutarco nos lembra que a Lua "no quarto crescente é cheia de boas intenções, mas no Minguante traz a doença e a morte".
Ártemis era cultuada em todo o mundo grego, de Atenas a Éfeso. Na Grécia, a deusa da natureza, a senhora dos animais era venerada não só nas cidades, mas também e sobretudo nas regiões selvagens e montanhosas, na Arcádia, em Esparta, na Lacônia, nas montanhas no Taígeto e na Élida. O mais célebre e grandioso de seus santuários era o de Éfeso.
Hinos.
Hino Órfico 36 - A Ártemis, com fumigação de maná:
Ouça-me filha de Zeus, rainha celebrada, Bromia e Titanis, de conduta nobre; a que em dardos se rejubila e em tudo brilha, a Deusa portadora da tocha, a divina Diktynna. Sobre os nascimentos presides e és uma donzela a cujas dores do parto concedes pronto auxílio; aliviadora da cinta, e de cuidado dobrado, feroz caçadora, gloriosa na guerra silvícola; veloz em seu curso, habilidosa com flechas temíveis, a que perambula pela noite, se rejubilando nos campos; a de forma valorosa, ereta, de mente generosa, ilustre Daimon, enfermeira da humanidade; imortal, terrena, ruína dos monstros caídos, esta tua abençoada donzela, nas montanhas arborizadas habita; adversária do veado, que se delicia em florestas e cães, na juventude infinda tu floresces bela, clara e brilhante. Ó rainha universal, augusta, divina , de formas variadas, o poder Cydoniano é teu. Deusa guardiã da veneração e respeito, com mente benigna, auspiciosa vens, aos ritos místicos inclinada; dê a terra um estoque de bonitos frutos a colher, envie paz gentil e saúde, com um cabelo adorável, e para as montanhas dirija a doença e o cuidado.
~ Bromia = a ruidosa, a primeira tempestade // Diktynna = senhora das redes de caça, deusa do monte Dikte, onde Zeus nasceu ~
Hino Homérico IX - A Ártemis
Musa, eu canto a Ártemis, irmã daquele que atira longe, a virgem que se delicia em flechas, a que foi criada com Apolo. Ela abastece seus cavalos do profundo mel da cana, e rapidamente conduz sua dourada biga através do Smyrna até o vinícola Claros onde Apolo, deus do arco prateado, fica sentado esperando pela deusa que atira longe e que se delicia em flechas. E então saúdo a ti, Ártemis, em meu canto, e a todas as deusas também. A ti primeiro eu canto e contigo eu começo; e, agora que comecei contigo, cantarei outra canção.
Hino Homérico XXVII - A Ártemis
Canto a Artemis Khryselakatos (de setas douradas), Keladeine (de voz forte), Parthenon Aidoine (a virgem venerada), Elaphebolos (que caça cervos), Iokheaira (que se encanta em flechas), irmã de Apolo Khrysaor (da espada dourada). Sobre as colinas sombrias e picos com muito vento ela toma seu arco dourado, rejubilando-se na perseguição, e envia setas atrozes. Os topos das altas montanhas tremulam e a entrançada floresta ecoa temerosamente com o grito das feras: a terra treme e o mar também, onde os peixes formam cardumes. Mas a deusa com um coração corajoso se volta por todo o caminho, destruindo a raça das feras selvagens: e quando ela está satisfeita e tem o coração animado, então a Theroskopos Iokheaira (caçadora que se delicia em flechas) afrouxa seu arco flexível e vai até a grande casa de seu querido irmão Febo Apolo, à rica terra de Delfos, ali para ordenar a adorável dança das Musas e das Cárites (Graças). Lá ela pendura seu arco curvado e suas flechas, e comanda e conduz as danças, graciosamente enfeitada, enquanto todos pronunciam suas vozes celestiais, cantando como a Leto de hábeis tornozelos pariu as crianças supremas entre os imortais, tanto em pensamento quanto em ação. Saudo a ti, filha de Zeus e da Leto de ricos cabelos! E agora me lembrarei de ti e de outra canção também.
(traduções da Alexandra)
Hino Homérico IX - A Ártemis
Ártemis celebra, Musa, a irmã do longiflecheiro,
virgem dardejante, criada com Apolo
ela que seus corcéis banha nos profundos remoinhos de Meleto
e ligeira por Esmirna o carro todo de ouro dirige
até Claro rica em vinhedos onde Arcoargênteo Apolo
senta-se à espera da longiflecheira dardejante.
E a ti, assim, salve, e também a todas as deusas no canto:
Todavia a ti e de ti eu primeiro começo a cantar,
e por ti tendo começado, passarei a outro hino.
(tradução de Rafael Brunhara)
Hino Homérico 27, a Ártemis
Ártemis de hastes douradas, que clama a caçada, é quem canto,
Virgem augusta, que lança suas setas no gamo, flecheira,
Ela e não outra é a irmã para Apolo da espada dourada.
Sobre as montanhas umbrosas e os cumes cortados por ventos,
Saca o seu arco de ouro maciço, alegre ao caçar,
E suas flechas doridas atira. Estremecem-se os picos
De altas montanhas e as matas cerradas ecoam com gritos
Hórridos vindos das feras. A terra é tomada em tremor,
Bem como o mar rico em peixes. Mas com coração resoluto
Vira-se a todos os lados, matando a linhagem das feras.
Quando por fim se contenta a flecheira com sua caçada,
Tendo já o ânimo alegre, relaxa o seu arco flexível
E vai então para a grande morada do irmão estimado,
De Febo Apolo, que fica na terra fecunda de Delfos,
Para ordenar a belíssima dança das Graças e Musas.
Lá dependura por fim o seu arco recurvo e suas flechas
E então conduz, com a forma alinhada e repleta de graça,
Dando o início às danças, enquanto com voz ambrosíaca
Canta-se o fato de Leto dos pés graciosos ter tido
Filhos supremos em meio aos eternos em mente e em seus feitos.
Salve, crianças de Zeus e de Leto de belos cabelos!
Ora de vós eu irei me lembrar e de uma outra canção!
(tradução de C. Leonardo B. Antunes)
Hino Órfico 1 a Prothyraia, com incenso de estoraque.
Ouve-me, ó deusa multi-insigne, nume de muitos nomes,
auxiliadora dos trabalhos de parto, doce visão às puérperas;
salvadora das mulheres, só tu que amas as crianças; afável,
rápida parteira, presente ao lado das jovens mortais, Pórtica [Prothyraia],
detentora das chaves, acessível, que ama nutrir, gentil a todos, (5)
tu, que reges os lares de todos e rejubila-te nas festividades,
invisível assistente das mulheres em parto, mas visível em todos os feitos;
Ilítia, libertadora de penas para as que estão em terríveis necessidades!
Só por ti chamam as puérperas, ó conforto das almas,
Pois em ti está o fim e o alívio das dores do parto, (10)
Ártemis Ilítia † e † insigne, Pórtica [Prothyraia]!,
Ouve-me, venturosa, dá-me a geração sendo tu auxiliadora,
e salva-me, pois és por natureza a salvadora de todas sem exceção.
(Tradução de Rafael Brunhara)
Fontes:
Helenos
Wikipédia
Templo de Apolo
Thomas Bulfinch
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