Os gatos, em especial o gato preto, é uma criatura mística em muitas crenças populares. Por um lado, devemos muito ás artes por esta popularidade felina na cultura pagã antiga, uma vez que se observarmos com cautela, é quase impossível de se encontrar uma representação da casa de uma bruxa sem um Baudron ou um Grimakin, com seus instintos astuto, próximos ao fogo, observando tudo a sua volta com olhos brilhantes em alerta.
No entanto, o mais provável é que esta tradição fora herdada do Antigo Egito, onde eles eram cultuados como animais sagrados, os animais da Deusa Bast,onde sua cidade Bubastis era sagrada; lá e em outros vários lugares do Egito foram encontrados milhares de gatos cuidadosamente mumificados e enterrados. O museu britânico possui uma vasta coleção de belas relíquias sobre o culto dos gatos no Antigo Egito, especialmente os sarcófagos, ou estatuas de tamanho e formas reais de gatos, onde eram depositados os restos mortais dos animais doentes.
Já na Grã-Bretanha, os gatos são conhecidos desde tempos antigos, quando foram trazidos do Egito pelos romanos, foram tão bem aceitos que um príncipe galês chamado Hywel promulgou leis especiais para a proteção dos gatos.
Ele era um verdadeiro adorador dos gatos, porém, os gatos desenhados em velhas igrejas eram geralmente de um aspecto sinistro. Nesta linha, demônios felinos esculpidos em pedras brilham de forma grotesca nos lugares de adoração, principalmente em igrejas que datam do período Normando. Exemplo claro dos deuses da velha religião se tornando demônios na nova religião.
Uma estranha escultura relacionada á bruxaria chama muito a atenção, se encontra na catedral de Lyons, esta escultura mostra uma bruxa nua segurando um gato pelas patas traseiras, enquanto ela cavalga em um bode, que tem chifres enormes e possui um rosto humano.
As bruxas da idade média eram freqüentemente acusadas de se transformarem em gatos para efetuar seus propósitos sombrios e molestar as pessoas. Os hábitos noturnos dos gatos, seus olhos de lua e seus horrendos miados á meia-noite contribuíam para esta fama sinistra, assim como eventualmente seus pelos eletrizados pela energia estática soltavam faíscas visíveis em alguma sala escura.
Diziam que ás vezes o próprio demônio aparecia no sabá na forma de um gato preto. Alguns afirmam que esta crença é remanescente do antigo culto aos gatos. Acreditava-se que alguns deuses pagãos também se apresentavam na forma de animais, Dianna como um gato, e Pan como um bode, o deus de chifre e a deusa da lua tão amados pelas bruxas.
Infelizmente o lado obscuro da crença acerca do gato sobreviveu até os dias atuais, muitas pessoas têm pavor se por ventura algum gato preto lhe cruzar o caminho. Por outro lado, outros consideram o gato preto como presságio de sorte, como na velha rima popular:
“Sempre que o gato da casa é preto,
O amor das jovens moças não irá faltar.”
As pessoas usam broches e amuletos em forma de gatos pretos; nos anos 20 e 30 era muito fashion possuir chaleira e abajures em forma de gatos.
Existem inúmeras histórias de gatos capazes de ver coisas invisíveis aos nossos olhos. De fato, não existe um dono de gato que não tenha alguma anedota sobrenatural sobre seu animal.
Autora: Doreen Valiente
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