terça-feira, 14 de agosto de 2018

Ápatê. Senhor da Malícia.

Na mitologia grega Ápatê (em grego Ἄπατη e em latim Fraus) era um dos Daímones, que personificava a malícia, o engano, o ardil, a fraude e a traição. Era, junto de Átê, a ruína, e de Dólos, a astúcia, a trapaça e as más ações, um dos espíritos que saíram da caixa de Pandóra. Ambos eram filhos de Nýx por si mesma, e faziam parte do grupo dos Pseúdea, as mentiras. Tinha como Daímôn oposta Alétheia, a verdade. Sua equivalente romana era Phraus.

A astuta Ápatê habitava nas colinas próximas a cidade de Arnisos, pois tinha predileção pelos cretenses, famosos trapaceiros. E gostava especialmente de estar próxima da tumba falsa de Zeús que havia na ilha.

Pendendo de seu cinturão, também cretense, estavam todos os truques e artimanhas que usava a humanidade, seus perjúrios, artifícios e trapaças. Em uma ocasião, desejando a deusa Héra vingar-se de seu marido por sua última infidelidade com Semélê, buscou Ápatê até que, uma vez a teve diante de si, e lhe convenceu com agrados e mentiras para que lhe emprestasse seu cinturão. Disse-lhe que o usaria para dissuadir a seu marido de ter mais amantes mortais e trazê-lo de novo ao leito conjugal, como também para propiciar com ele a volta do desterrado Árês ao Ólympos. Convenceu com estes argumentos a Daímôn e, recebendo dela seu cinturão mágico, o usou para incitar Semélê para que pedisse a Zeús que se mostrasse em sua forma natural.

A ingênua mortal assim o fez, e Zeús, que já havia dado sua palavra, lhe apareceu como uma tormenta de raios que a abrasou no mesmo instante. Entristecido por ter dado morte a sua amada, Zeús recolheu o filho que ela, todavia carregava em seu ventre e terminou de gestá-lo em sua coxa. Por isso seria chamado de Deus Dionýsos o nascido duas vezes.

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