“Se eu contemplasse o Sol quando ele
brilhava, ou a Lua surgindo em seu esplendor; meu coração sentindo-se
secretamente seduzido, ou se minha boca tivesse beijado minha mão, isso
também seria uma iniquidade a ser castigada pelo juiz: porque eu teria
renegado o Deus que está nas alturas.”
Essas palavras do livro de Jó, considerado o livro mais antigo da Bíblia, testemunham a antiguidade da adoração da Lua. Além disso, elas (as palavras) são provas da sedução da Lua e do temor de causar a ira do ciúmes de Yahweh ao conduzirem o antigo rito de saudá-la.
Como o corpo luminoso mais
evidente em nossas noites, a Lua existe no céu como um enorme espelho
mágico, refletindo os sonhos da humanidade. Desde a idade da pedra até a
era da viagem espacial, ela tem enfeitiçado e atraído todas as culturas
do planeta.
A Lua sempre foi antes de tudo considerada feminina,
embora existam muitos deuses da Lua assim como deusas. A psicologia
confirma isso; a Lua na vida de sonhos dos homens é um símbolo de
influencia feminina, e principalmente da mãe.
A relação da Lua com a fertilidade humana, no sentido em que ela gira ao redor da terra no prazo de 28 dias, o tempo do ciclo menstrual de uma mulher, foi observada por nossos ancestrais distantes; e essa era mais uma razão para considerá-la feminina. Entretanto, ela também governa as secreções fluidas do corpo, na conversão astrológica; e isso inclui o fluído seminal, em sua forma branca como pérola. Sendo assim, o sêmen e o sangue menstrual, os sinais essenciais da fertilidade humana, são da mesma forma governado pela Lua.
Ela também controla as marés, que
ficam mais altas na Lua nova e na Lua cheia. Para antigas comunidades
de pescadores isso era de extrema importância. Mas, mais importante é a
antiga crença na influência da Lua sobre as marés, da energia psíquica e
as das questões humanas.
Hoje existe uma diferença de opiniões acirradas no que cerne este assunto. Alguns dizem que a antiga crença nas fases da Lua influenciando o comportamento humano é pura tolice. Outros declaram veementemente que esta influência é um fato (sinceramente estou com estes).
Policiais do mundo inteiro reconhecem a lua cheia como o período quando coisas estranhas têm mais chances de acontecer; não meramente crimes comuns, mas atos bizarros, principalmente aqueles com fator sexual. Muitos assassinos de mulheres na Europa são chamados de “Assassinos da Lua”.
Antigos
calendários, dos quais agricultores dependiam muito, costumavam trazer
listas de coisas para fazer e para não fazer, com relação à plantação
das lavouras, corte de madeira e outras coisas do gênero, conforme a
fase em que a Lua se encontrava. No geral, a regra era usar a fase
crescente da Lua para estas questões em que o crescimento era desejado e
a fase minguante da Lua para conseguir liberar coisas das quais
desejava se livrar.
A fase minguante da Lua também era um período
de magia sinistra. Por outro lado, a fase crescente era período de
magia benéfica. Por este motivo, “Wanion” é uma antiga palavra para
maldição, pois ela era lançada na fase minguante (waning) da Lua.
Todas essas coisas são parte da antiga doutrina de adoração à Lua e
estão vigentes até hoje. Sendo assim existe uma antiga rima:
“Reze à Lua quando ela está Cheia.
A sorte assim irá lhe acompanhar.
O que você busca será encontrado,
Seja no mar ou no chão sólido.”
Uma das tradicionais Tríades Poéticas, conhecida como tendo sido
transmitida pelos Druidas, nos diz: “Três lindos nomes da Lua: O Sol da
noite, a Luz da beleza, e a Iluminação das Fadas.”
Os raios da Lua são de fato “A Luz da Beleza”, estejam seus raios emaranhado-se pelo meio dos galhos de alguma floresta num cenário ímpar, ou prateando os telhados de uma cidade, ou abrindo um caminho de luz por entre as ondas do mar. As coisas naturalmente parecem ter um aspecto diferente à luz do luar; e ela parece chamar a atenção dos amantes de todos os tempos e eras, desde antes de as pirâmides serem construídas. A deusa da Lua era a deusa do amor, e também senhora do encantamento e do mistério, em todas as terras e cidades que floresciam enquanto o mundo ainda era jovem. Lindas mulheres no Antigo Egito exaltavam-na como a Rainha Ísis, os raios da Lua eram as flechas da deusa Ártemis, lançadas pelos emaranhados das arvores murmurantes nas florestas da Grécia. Os festivais selvagens e alegres de Ishtar eram realizados em sua homenagem. Ela era Diana dos bosques de carvalho de Nemi; e Lucius Apuleius em sua visão mágica contemplava seu surgimento à meia-noite no oceano encantado.
Para os filósofos ocultistas da Idade Média, a
Lua era a prata alquímica, assim como o Sol era o ouro alquímico.
Aqueles que praticavam a magia de qualquer tipo observam a lua;
particularmente as bruxas, habilidosas na fase minguante e crescente
dela. Dos 13 meses lunares do ano, seu numero reverenciado e temido foi
tirado.
Por ser uma religião amplamente popular que se espalhou
por todo o Império Romano, os cultos das deusas da Lua como Ísis e Diana
eventualmente mergulharam em uma obscuridade forçada com a tomada de
poder pelo cristianismo. Ao contrário da crença geral, os mistérios
religiosos pagãos não morreram. Eles foram forçosamente oprimidos; mas,
de uma maneira clandestina e oculta eles continuaram vivos. Uma forma
que com o tempo eles assumiram foi da Antiga Religião, o culto da
Bruxaria.
Fonte: Witchcraft; past and present.
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